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Ao apresentar a Ninja H2 no Salão de Milão 2014, o diretor geral da Kawasaki Motors na Europa, Yasushi Kawakami, vangloriou-se: “não fizemos essa moto por nenhum motivo especial. Na verdade, não precisávamos fazer a H2. Fizemos porque éramos capazes disso”. A declaração, além da soberba, mostra que a Ninja H2 superalimentada é única, no sentido mais literal da palavra. Não se compara a nenhuma outra motocicleta e nem se encaixa em nenhuma categoria. Embora a fábrica japonesa descreva-a como uma hiperesportiva para uso na estrada, garanto-lhe que você nunca acelerou nada tão impressionantemente rápido como essa H2.

 

Mas a sua exclusividade não vem apenas do motor de quatro cilindros em linha de 998 cm³ alimentado por um supercharger, desenvolvido pela divisão aeronáutica da Kawasaki, e capaz de gerar 210 cavalos de potência máxima. Tudo, do motor superalimentado à pintura da carenagem com uma camada de prata passando pela construção do quadro, tudo foi desenvolvido minuciosamente por diversas áreas da Kawasaki Heavy Industries para mostrar que essa Ninja H2 é uma obra prima do conglomerado japonês.

 

Exclusiva até mesmo na quantidade e no preço. A Kawasaki importou apenas 28 unidades da Ninja H2 para o Brasil. Cotada a R$ 120.000, sem frete e seguro, vale ressaltar, já foram vendidas 24 unidades. E eu pude acelerar uma delas na pista de testes da Pirelli, em Sumaré, interior de São Paulo. Um privilégio para poucos e uma experiência intimidadora, afinal, este é simplesmente o veículo de série com a aceleração mais rápida do planeta.

 

Brilhante e grandona
Quando vista pessoalmente, a Ninja H2 impressiona. A começar pelo seu porte avantajado: 2,085 metros de comprimento, quase 1,5 metros de distância entre-eixos, envolto em uma pintura de fundo preto com uma camada de prata, responsável por esse efeito reluzente nas fotos. De perto, pode-se até mesmo ajeitar o cabelo no reflexo do tanque com capacidade para 17 litros.

 

Antes de entrar na pista e acelerar, fiz questão de ouvir atentamente às instruções de um representante da Kawasaki sobre a moto e pedi para que controle de tração (em três níveis), ABS, anti-wheeling e todos os dispositivos eletrônicos ficassem ligados. Afinal, por mais experiente que seja ou por mais motos que já tenha pilotado: certamente precisaria de ajuda para domar os 210 cv e a aceleração empurrada pelo supercharger.

 

Ao dar partida no motor, o ronco é bastante semelhante a outras esportivas. Ao menos em marcha lenta, o propulsor de quatro cilindros em linha de 998 cm² refrigerado a líquido e com duplo comando no cabeçote (DOHC) não difere muito da ZX-10R. Era hora de ir pra pista e ver o tal compressor entrar em ação.

 

Na pista
Embora o garfo dianteiro tenha praticamente a mesma geometria da ZX-10R (ângulo de cáster de 24,7° e trail de 103 mm), a posição de pilotagem é um pouco mais relaxada. O banco é alto (82,5 cm do solo) e a H2 é pesada. Com cuidado, manobro para entrar na pista.

 

Já nas primeiras curvas, a pilotagem mostrou-se mais neutra do que imaginava. A Ninja H2 é obediente para deitar nas curvas, mas em função do seu porte exige uma atuação maior do piloto para mudar de direção. Na primeira reta, tenho de confessar: não tive coragem para abrir todo o acelerador. Mas já pude notar que, a partir de 7.000 rpm, algo de diferente acontecia.

 

O painel, aliás, é uma atração à parte. Os números do conta-giros de leitura analógica acendem conforme os giros crescem e na pequena tela de LCD, um indicador “boost” mostra o quanto da pressão do supercharger é aplicado ao motor.

 

O compressor de arquitetura centrífuga, ligado ao virabrequim, sopra mais ar para o motor. Embora o sistema também funcione com o princípio da sobrealimentação, a H2 não é uma moto turbo, pois não utiliza o ar quente obtido na explosão dentro do cilindro para girar como uma turbina. O compressor, cuja rotação fica na casa das 130.000 rpm e pode atingir uma pressão de até 2,4 vezes maior do que a pressão atmosférica, é a chave para se extrair números de desempenho tão impressionantes: 210 cv a 11.000 RPM e torque de 13,6 kgf.m a 10.500 rpm.

 

As curvas chegam rápido demais
Após algumas voltas e mais confiante com a boa ciclística da Ninja H2, arrisquei “torcer” o cabo na longa reta da pista de testes. Uau! O tal indicador boost mostra três pequenos ícones e a aceleração atinge um nível fora do comum. A minha visão periférica ficou turva, riscada, como naqueles filmes de ficção científica e a única coisa em foco era o cone azul, que marcava o ponto de frenagem ao final da reta.

 

Com o controle de tração no nível “1”, o controle de wheeling até permite que a roda dianteira saia um pouco do chão, e o quickshift, ajudava a subir as marchas sem acionar a embreagem: o velocímetro digital marcava 240 km/h quando parei de olhar e me concentrei na frenagem. Só para comparar, com outras esportivas, na mesma reta cheguei a menos de 220 km/h. Nessa tocada, o amortecedor eletrônico de direção, desenvolvido em parceria com a Öhlins , ajudou a manter a H2 estável.

 

Mais estável do que eu supunha muito em função do moderno conjunto de suspensão. Na dianteira, garfo invertido Kayaba com ar e óleo em separados – solução oriunda das pistas de motocross e utilizada pela primeira vez em uma moto de rua –, e monobraço traseiro com amortecedor com reservatório de gás, ambos completamente ajustáveis.

 

Os freios, dotados de pinças monobloco Brembo M50 de fixação radial e dois grandes discos de 330 mm de diâmetro, são o que há de mais moderno no mundo. Também pudera: é preciso força para frear essa potente Ninja H2 e seus quase 240 kg. Apesar das especificações top de linha, nem mesmo os freios pareciam suficientes. Abrindo o acelerador com vontade, a próxima curva chegava mais rápido do que estava acostumado. Nas primeiras vezes, até perdi a tomada de curva.

 

O mundo fica mais lento
O triste é que, depois de descer da Kawasaki Ninja H2, o mundo a sua volta fica mais lento. Foi a motocicleta mais potente e com a aceleração mais impressionante que já pilotei. Talvez não seja a mais rápida em uma pista, mas é uma máquina única, exclusiva, sem igual.

 

E mesmo que os R$ 120.000 (mais o frete e o seguro, lembre-se!) sejam uma quantia exorbitante, se eu os tivesse não me importaria em gastá-los em algo tão especial e rápido como a Ninja H2. Afinal, trata-se de uma motocicleta que certamente será um marco na história da velocidade em duas rodas.

 

FICHA TÉCNICA
Kawasaki Ninja H2
Motor Quatro cilindros em linha, DOHC, 16 válvulas e arrefecimento líquido
Capacidade cúbica 998 cm³
Diâmetro x curso 76 x 55 mm
Taxa de compressão 8,5:1
Potência máxima 210 cv a 11.000 rpm
Torque máximo 13,6 kgf.m a 10.500 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final Corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Treliça em aço
Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido AOS Kayaba de 43 mm de diâmetro com 120 mm de curso totalmente ajustável
Suspensão traseira Monobraço com amortecedor a gás e 135 mm de curso totalmente ajustável
Freio dianteiro Disco duplo semi-flutuante de 330 mm de diâmetro com pinças radiais Brembo de quatro pistões e ABS
Freio traseiro Disco simples de 250 mm de diâmetro com pinça de dois pistões opostos e ABS
Pneus 120/70-ZR17 (diant.)/ 200/55-ZR17 (tras.)
Comprimento 2.085 mm
Largura 770 mm
Altura 1125 mm
Distância entre-eixos 1.445 mm
Distância do solo 130 mm
Altura do assento 825 mm
Peso em ordem de marcha 238 kg 
Tanque de combustível 17,0 litros
Cores Black silver-coated
Preço R$ 120.000 (sem seguro e frete)

 

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